sábado, 25 de outubro de 2014

Por Dentro de Casi Ángeles!





Depoimento de Nicolás Bauer pela guarda de Cristobal Bauer.


 Eu não sei sobre leis, e tão pouco me importa saber. Eu gostaria que isso fosse um pesadelo, em um lugar onde se manipula meu filho como uma mercadoria. Sua Senhoria, tudo o que tenho com meu filho é uma vida juntos, crescendo juntos, sendo felizes juntos.

 Meu filho com um mês me olhava fixo nos olhos, segurava esse dedo. Meu filho, Cristobal, aos cinco meses bagunçava, e eu desde aí dizia: ''esse menino vai ser levado. Como vou fazer para ser pai? Onde compro um manual?''. Não há manual. Meu filho aos dois anos falava sem parar. Falava com seu pai. Meu filho com quatro anos teve seu primeiro ataque de asma, e ele me ensinou como eu tinha que estar tranquilo para que pudéssemos respirar juntos. ''Me abraça papai, me abraça que já vai passar, respira comigo papai''. E assim passou. Aí me dei conta que isso é um ofício, ser pai, que aprendi com meu filho, que me ensinou Cristobal. Não sei viver de outra forma que não seja com ele. Eu sim sei como é ser pai. 

 Eu não ensinei meu filho a andar. Um dia, em minha cama, na cama do seu pai, meu filho me olhou e me estendeu sua mão, e assim, os dois de mãos dadas, aprendemos a caminhar. Ele me ensinou a ser pai. Sua Senhoria, eu guardo a chupeta do meu filho, eu guardo as rodinhas de sua primeira bicicleta. E ele um dia me disse:''Papai, eu consigo sozinho. Tire que eu posso só, sem rodinhas''. Eu as tirei e ele caiu. Eu queria morrer porque me sentia culpado por ele ter se machucado por minha culpa, e quis levantá-lo. Ele me olhou e disse:''Papai, eu consigo sozinho''. Por isso volto a repetir, Sua Senhoria, ele me ensinou o ofício de ser pai. 

 Com Cristobal somos assim, inseparáveis. Inseparáveis porque nos amamos, não porque uma lei nos obriga a estar juntos. Porque nos amamos, muito. 

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