terça-feira, 14 de janeiro de 2014

LALI PARA EL MUNDO URBANO:”não consigo me imaginar vivendo de outro jeito”


 
Começou na televisão aos 6 anos e fez parte de sucessos internacionais – como Floricienta e Teen Angels. – Tem 1milhão e meio de followers no Twitter, lançou-se solo e com seu próprio perfume. Como vive e pensa a menina atras do fenômeno.


Lali chegou ao estúdio do nosso fotógrafo depois de gravar o dia todo, sua calma e generosidade para trabalhar continuou por toda a entrevista junto com a sessão de fotos: se divertiu, brincou, se sujou e enquanto revisava os detalhes do seu look, respondeu tudo o que perguntávamos deixando claro que a adolescente que foi, se transformou nesta mulher que não para!
-Percebe-se uma mudança importante na sua imagem e atitude, se vê mais mulher.
Não foi nada planejado. Acho que tem a ver com a verdade de que um cresce e muda. Me mate se eu continuo a mesma só que com mais idade.
-Apareceu uma Lali muito sexy.
-Tem a ver com uma lógica da idade, não posso me vestir com vestidos de flores, porque eu não já não me visto assim.
-Também se transformou numa empresária, já está projetando as vendas de seu perfume ao exterior.
Tenho muita iniciativa, não paro. Talvez antes não era notável porque sempre estava em um âmbito onde outro era o chefe, este ano fui mais livre. Adrián é um produtor que precisa de você pra atuar e nada mais. Sobre o perfume, acordei uma manhã e chamei a minha mãe para que confira tudo, imaginei a publicidade, embora não soubesse a fragrância. Com a música, o mesmo: imagino um clipe e digo aos meninos o que se passou pela minha mente.
-Também foi uma bomba o lançamento do clipe.
Estamos trabalhando nisso, custa muito quando você faz algo sendo independente embora tenha um sabor muito lindo. A primeira vez que vi o clipe “A Bailar” num canal de música disse: Uau!
-Hoje você se sente mais atriz, cantora ou empresária?
Não me sinto mais nenhuma, amo poder fazer muitas coisas! Eu não podia ficar entediada sem fazer nada,  na verdade sou inquieta e gosto muito de tudo.
-Nunca se arrependeu desse caminho que começou desde tão pequena?
Nunca, jamais!
-Foi uma decisão sua ou de seus pais?
Minha, a minha mãe não queria saber de nada. Aos 10 anos, fugi com minha irmã de 15 pra ir fazer um casting. Pegamos o ônibus do Parque Patricios pro Palermo e descemos sem saber onde estávamos, vimos uma fila de meninos e dizemos “é aqui”. Quando estava fazendo o teste, me perguntaram: “De onde você veio?” e eu respondi: “da minha casa”. Eles apontaram a agência que tinha enviado, porque era um elenco fechado, eu tinha me confundido de lugar, mas não sabia. Lembro que fiquei P da vida porque não me fizeram atuar, depois esqueci e pela semana ligaram pra casa da produção de Cris Morena. Quando minha mãe desligou o telefone, me olhou e me disse “vou matar você”. O mais engraçado é que o projeto do casting que eu ia, não obteve nenhum resultado, então foi coisa do destino.
-Sua família trabalha com você?
Mais que trabalhar, me apoiam. Neles eu coloco toda a confiança que nunca coloquei em alguém, mas minha mãe não é minha assistente; Eu a chamei pro perfume porque ela sabe produzir muito bem. Eu tenho um representante e alem disso o meu empresário da música.
-Economizou muito nesses anos?Sim. Sou tranquila com o dinheiro, associo isso com a maneira de trabalhar dos meus pais.
-Você os ajudou quando começou a ganhar bem?
Sim, sempre, pareço chata. Com minha irmã e seu bebê estou todo o tempo: “Precisa de algo?”. Nosso trabalho é tipo uma glória: amamos o que fazemos e também temos salários irreais. Também ficamos apertados, mas sou muito consciente de como custa ganhar dinheiro. O salário usei para as coisas mais importantes, minha casa, ajudar minha família e ter a benção de poder viajar nas férias.
-No contexto dessa nova Lali mulher, li uma frase sua que me surpreendeu: “Vivo minha sexualidade desinibida”. É certo, não acho que seja um tema tabu. Você é passional?
Sou, e muito passional.
-Com tudo o que faz, sobra tempo pra dar espaço ao sexo no namoro?
Sim, claro! Não é o mais importante, mas é importante e procuramos um tempo como todos os namoros.
-Vocês não moram juntos?
Não, vamos e vimos, amo que cada um tenha seu espaço, adoro ir à sua casa e que ele cozinhe pra mim. Isso me diverte.
-E o que te conquista numa relação?
Não poderia jamais estar com alguém que não tenha humor, que não sorria de si mesmo, que não sorri quando faço uma piada com minha altura. Você pode ser o mais lindo do mundo, mas se não sorrirmos com dor de barriga, passo.
-Sabemos que você está super bem na relação, se não fosse assim, você poderia ter sido uma “Maria chuteira”?
Creio que não. Sou muito independente, ainda me incomoda que alguém me pague um jantar, não consigo me imaginar vivendo de outro jeito. E não quero ofender, talvez as meninas trabalhem. Acho que se você se apaixona, não importa. Mas eu não me imagino vaga sem fazer nada em uma casa, não paro, imagine virar Maria Chuteira, me mato.
-Você não gosta que a convidem?
Fico incomodada, as vezes aceito porque meu namorado quer se sentir o galã, mas me incomoda muito. Tive muitas brigas com Benja no começo. Agora chegamos a um acordo: as vezes ele, as vezes eu.
-Alguns artistas contaram que se inspiram fumando maconha, você concorda com isso?
Não sei, não fumo maconha. Estive em situações nas quais eu respondi que não, não é algo que eu precise. Não tenho vontade, acho que porque na minha casa falaram muito, tenho mil amigos que fumam, mas eu não tenho nenhum interesse.
-A respeito da descriminalização do consumo, alguma opinião formada?
Não, é como a política, é muito pessoal. Respeito o pessoal que a aproveita ou que a precisa ou a deseja, mas não deixa de ser uma droga, por mais que seja mais light. Eu não a escolho para mim.
-Como é a relação com seus fãs?
Continuam me surpreendendo com as coisas que fazem, vão a porta de Polka com presentes, viajam com cartazes, cantam, não posso acreditar que estejam todo o dia ali.
-Não é muita exigência ter que estar todo o dia disposta para eles?É parte do trabalho. Se não vai estar disposto, ‘põe uma galeteria na esquina’, se liga: você trabalha na televisão.
-Apesar dessa exposição constante, posso te encontrar num apressada num supermercado?
Sim, o dia que eu não fizer isso me mate.
-Mas você escolheu uma carreira que requer uma taxa de vaidade.
Sim, eu tento ver como um jogo a parte estética do trabalho. No vídeo do perfume estou com 4 looks e amo fazer “A linda”, mas depois vou correndo ao supermercado. Enquanto eu não perder isso, a outra coisa é parte do trabalho e como toda mulher, gosto de sair linda.
-Oque ficou da menina do Parque Patricios?
Eu sinto que sou a mesma, com o mesmo poder de jogo, continuo me surpreendendo das coisas. Não me esqueço de como cresci, de onde cresci e quem vivia comigo.
-Mesmo tendo lotado teatros e estádios?
Justamente, em vez de esquecer, isso reafirma o mais agradecida que ‘você’ está do seu presente! Porque a pessoa se lembra quem era e o que tinha. A última música pro meu CD diz “Sólo creo en aquel reflejo de la reina brillando en mí” (Só acredito naquele reflexo da rainha brilhando em mim) e tem a ver com isso: Era eu quando tinha 9 anos brincando de ser Freddie Mercury na frente do espelho e pensando “quero ser isso”. Eu continuo sentindo isso dentro de mim.
-O que acha do que teria sido sem esse casting, que foi um acaso?
Infeliz. Não, como todo o mundo, meu pai sempre me diz “Você tem que se sentir uma sortuda porque a maioria das pessoas trabalha do que pode e não do que quer”, então suponho que não estaria trabalhando com o que quero.

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